O serviço de assinatura de veículos, embora apresente pouca visibilidade na curva de adoção, ainda é uma das grandes oportunidades de crescimento para a Localiza (RENT3) e o setor de aluguel de carros, defendeu o BTG Pactual (BPAC11).
Rodrigo Tavares e Nora Lanari, respectivamente CFO e diretora de Relações com Investidores da companhia, mencionaram em conversa com analistas do banco que, da frota corporativa total de aproximadamente 5 milhões carros, quase metade é de pequenas e médias empresas (PMEs), segmento com muito baixa penetração (menos de 1%). O segmento de pessoas físicas representaram cerca de 650 mil carros/ano nos últimos cinco anos, o que, segundo o BTG, destaca o enorme potencial de mercado.
“A curva de adoção ainda é desconhecida, mas a Localiza pretende dobrar o tamanho de sua frota de assinaturas nos próximos cinco anos”, disseram os analistas Lucas Marquiori, Fernanda Recchia e Ricardo Cavalieri, em relatório divulgado na sexta-feira.
A administração da Localiza também deu atualizações sobre a fusão com a Unidas (LCAM3), atualmente em avaliação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). De acordo com Tavares e Lanari, o órgão começou a analisar a proposta um pouco tarde. Ainda assim, a companhia está otimista com a potencial aprovação. A recomendação desfavorável contra o negócio pelos concorrentes estava em linha com as expectativas iniciais da empresa.
Problemas no curto prazo
Tavares e Lanari comentaram que, com o aumento dos custos das matérias-primas e a falta de insumos, a produção de veículos no Brasil continua “interrompida”. Por outro lado, o ritmo de produção está se recuperando gradualmente neste ano, com expectativa de que o segundo trimestre supere o primeiro.
A Localiza também viu a demanda desacelerar nas últimas semanas, efeito da segunda onda do coronavírus. Ainda assim, os impactos não estão pesando tanto quanto no segundo trimestre do ano passado.
“A Localiza também está mais bem equipada hoje para enfrentar a crise, pois aprendeu muito no ano passado, o que inclui sustentar níveis tarifários mais elevados desta vez”, afirmaram Marquiori, Recchia e Cavalieri.
Devido a isso, e considerando o processo de vacinação no país, bem como a normalização do fornecimento de veículos, o BTG manteve a recomendação de compra e o preço-alvo de R$ 70 para a ação da locadora.
Por Diana Cheng
Fonte: MoneyTimes