Relembre os modelos famosos que não são conhecidos apenas pelo próprio nome
Brasileiros amam apelidar, ainda mais quando há um fundo de gozação. Isso fica evidente no futebol, nas resenhas com os amigos e até na indústria automotiva. Partindo disso, relembre os apelidos mais emblemáticos dos carros vendidos por aqui e as histórias inusitadas por trás deles.
Bolinha
Talvez o apelido mais popular de um carro no Brasil seja ‘ bolinha’, adotado em 1994 quando a Volkswagen arredondou as linhas do Gol G2. Após seu lançamento, a versão anterior do hatch passou a ficar conhecida como ‘Gol quadrado’, e isso rendeu até um dos hits mais ouvidos de 2023. A canção “Gol bolinha, Gol quadrado”, lançada por MC Pedrinho, tem mais de 143 milhões de reproduções no Spotify.
Cachacinha
Em 1979, a Fiat lançou o primeiro carro movido a etanol do Brasil, o 147. Era uma época de incentivo ao combustível de cana-de-açúcar, que começou a se popularizar como alternativa à gasolina em tempos de alta no preço do petróleo.
Os donos do 147 notaram que um forte cheiro de cachaça saía do escapamento quando o motor estava ligado. Logo, isso proporcionou o apelido ‘cachacinha’, que emplacou e virou um senso comum para se referir ao pequeno Fiat até hoje.
Belga
Essa denominação nem chega a ser um apelido, mas é utilizada quando nos referimos à primeira geração do Astra vendida no Brasil. O hatch médio chegou às lojas em 1994, baseado no moderno Opel europeu, importado da Bélgica. Em 1998, o Chevrolet passou a ser produzido no Brasil, mas o apelido da versão importada ficou e perdura até os dias atuais.
Fafá, Cornowagen e Itamar
O Fusca teve vários apelidos ao longo da história. Em 1979, a Volkswagen fez um facelift que aumentou consideravelmente o tamanho das lanternas traseiras. Este incremento foi relacionado aos seios avantajados da cantora Fafá de Belém, e culminou no apelido ‘Fusca Fafá’.
Podemos citar outros apelidos memoráveis, como besouro (referência ao nome em inglês, ‘Beetle’), Cornowagen (versão de teto-solar, com espaço para os chifres do motorista) e Itamar (em homenagem ao ex-presidente Itamar Franco).
Tubarão
Quando a Chevrolet lançou o facelift do Monza em 1991, os motoristas notaram que seu design invocado se assemelhava a um tubarão. De fato, o sedã estreou linhas mais arrojadas e esportivas, assim como o animal mais temido dos mares.
Outro carro da General Motors a receber o apelido “tubarão” foi o Chevette de primeira geração. Sua frente era levemente curvada, tal qual o predador.
Sapão
Eis outro apelido bem popular para denominar uma geração específica de um carro. O Golf de quarta geração chegou ao Brasil em 1998 e logo recebeu o nome ‘sapão’ por conta do design arredondado. Este nome pejorativo poderia acabar com a reputação do carro, mas aconteceu exatamente o contrário. Até hoje, a quarta geração é lembrada como uma das melhores do Golf.
Bagre
Um carro que não pode se orgulhar do próprio apelido é o Hyundai HB20 ‘Bagre’, lançado no Brasil em 2019. Ele recebeu este nome por causa do design esquisito de sua dianteira, principalmente da grade e dos faróis.
A própria Hyundai acelerou o lançamento de uma reestilização em 2022, e o HB20 com frente de bagre durou pouco mais de dois anos e meio. Isso não interferiu no seu bom desempenho nas concessionárias, pois o hatch foi um dos carros mais vendidos do país no período.
Leite glória ou teimoso
Voltando várias décadas ao passado, podemos lembrar também do Renault Dauphine. O ‘bisavô’ dos carros populares teve dois apelidos icônicos. O primeiro deles era ‘teimoso’, usado para denominar a versão menos equipada do sedã. O outro era ‘Leite Glória’, em referência ao famoso slogan “desmancha sem bater”, usado na propaganda dos laticínios dos anos 60.
Zé do Caixão
A criatividade dos motoristas brasileiros foi longe quando a Volkswagen lançou o modelo conhecido apenas como ‘1.600’ na década de 50. Por conta do formato quadradinho e as quatro maçanetas, o pequeno sedã se assemelhava a um caixão.
O nome “Zé do Caixão” também foi inspirado no lendário personagem do cineasta José Mojica Marins, que fazia sucesso em filmes de terror na época.
Belo Antônio
O Simca Chambord recebeu o apelido indecente de ‘Belo Antônio’ por causa do seu fraco desempenho. Isso porque o motor V8 2.3 com carburador de corpo duplo entregava míseros 84 cv, muito aquém do que se espera de um modelo de luxo. Assim, o carro foi relacionado ao personagem Marcello Mastroianni no filme ‘O Belo Antônio’, conhecido por ser ‘bonito, mas impotente’.