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Carros por assinatura avançam e são alternativa para ter veículo 0 km; veja comparativo

Com a alta do preço dos carros novos nos ultimos anos, o modelo de carro por assinatura vem ganhando espaço e oferece cada vez mais opções. Montadoras, concessionárias, locadoras, segurado e startups estão investindo nesse serviço e disputando os motoristas.

Neste modelo, em vez de comprar o carro, o cliente faz uma assinatura por um período a partir de um ano. As mensalidades costumam incluir, além do veículo, as despesas com seguro, impostos, revisões e manutenções programadas.

É possível assinar desde carros 1.0 manuais até modelos esportivos blindados e furgões. Veja um comparativo das opções ao final da reportagem

As mensalidades de modelos populares, como Renault, Kwid e Fiat Argo ficam entre R$1.400 R$2.100. O preço de um mesmo carro pode variar bastante de um serviço para o outro. O tempo mínimo de contrato costuma ser de 12 meses. Quanto mais longo, menor a mensalidade.

ANALISTAS FINANCEIROS CALCULAM QUE ASSINATURA CUSTA MENOS QUE COMPRA


Analistas financeiros apontam que a assinatura traz mais vantagens porque o cliente deixa de perder dinheiro com juros e depreciação. E também não fica com patrimônio imobilizado: em vez de colocar R$ 100 mil na compra de um carro à vista, a pessoa pode investir o dinheiro e ter rendimentos, por exemplo.

“No geral, o modelo de assinatura é em média 40% mais barato que financiar o mesmo veículo e 14% mais barato que adquiri-lo à vista (considerando contratos com duração de 24 meses)”, aponta um relatório do banco BTG Pactual.

O BTG considera que o mercado de locação está em estágio inicial no Brasil e que tem grande potencial de expansão, especialmente no setor de PME (Pequenas e Médias Empresas) e de pessoas físicas.


Dados da ABLA (Associação Brasileira de Locadoras de Automóveis) indicam que o mercado de assinatura de veículos no país já abrange 106 mil veículos. Entre 2014 e 2019, em média foram vendidos 2.5 milhões de carros por ano no Brasil.

A Porto Seguro, por exemplo, teve 76% de crescimento de receita, e 26% de aumento de frota, em sua divisão de assinaturas no serviço no terceiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2021. A frota atual supera 14 mil veículos.

“Iniciamos em 2016. Desde então, o crescimento tem sido constante. A demanda tem superado nossas expectativas, principalmente em períodos mais recentes”, diz Gustavo Fehlberg, responsável pelo serviço na Porto.

“O número de assinantes do Movida Zero KM cresceu 40% em 2022 na comparação com o mesmo período de 2021”, diz Felipe Zogbi, diretor-executivo do serviço. “A estimativa é que a modalidade continue com esse ritmo de crescimento em 2023. Apenas o Estado de São Paulo representa cerca de 60% do total de clientes.

“Este ano teve um saldo muito positivo na locação de veículos em geral. As pessoas voltaram a sair de casa e viajar.” Diz David Silva, diretor comercial da Livre, ligada à locadora Unidas. “Com a retomada dos eventos e atividades comerciais, a demanda está cada vez mais aquecida.”

“O preço dos carros novos subiu muito depois da pandemia. Antes, modelos como HB20 custavam R$50 mil, R$55 mil. Hoje estão na faixa de R$75 mil a R$80 mil. Mas o preço das assinaturas se manteve mais ou menos estável, o que gera vantagem ao consumidor”, avalia Carlos Castro, CEO da Super Rico, uma plataforma de planejamento financeiro.

Castro fez um comparativo com a aquisição de um HB20 1.0 manual zero km, no valor de R$ 79.481. Após um ano, o consumidor teria desembolsado ao todo R$ 89 mil, incluindo os gastos com seguro, taxas, revisão e depreciação. Ao alugar, o gasto total seria de R$ 22.788.

A comparação dos custos, porém, envolve outros aspectos, como, por exemplo, o tempo que o cliente pretende manter a assinatura (já que a depreciação diminui proporcionalmente com o passar dos anos), se ele tem intenção de comprar o
carro ao final da assinatura e como é o mercado de compra e venda nos momentos de decisão.

Quando o cliente tem disponível o valor para comprar o carro, também é preciso incluir na conta quanto esse dinheiro pode render caso ele o mantenha investido.

À parte a questão financeira, uma das principais vantagens do serviço é não precisar lidar com várias burocracias que envolvem ter um automóvel, como escolher um seguro, pagar impostos, fazer revisões e negociar a compra e a venda do veículo.

“Outro dia, tive um problema no câmbio, acionei a Turbi e me trouxeram outro carro rapidamente, no lugar onde estava”, conta o economista Jonatha Mendes, 37. Ele usa carros de locadoras há três anos e disse que teve alguns perrengues. “Tem vez que você faz o cadastro todo, chega para retirar e falam que faltam coisas”, conta.

“Quando eu tinha carro eu não olhava os prazos e perdia as revisões. Agora me avisam”, comenta Aline Amaral, 36, empresária. Ela fez um contrato com a For You Fleet para ela e para outros funcionários de sua empresa. “Queria ter muitas opções de escolha, e encontrei.”

“As locadoras conseguem obter carros a preços menores que os clientes comuns porque compram em grande quantidade e possuem isenções fiscais”, diz André Campos, CEO da For You Fleet.

Criada há dois anos, a empresa não tem frota própria: quando um cliente faz um pedido, a empresa compra o veículo em concessionárias ou fabricantes e o disponibiliza em alguns dias. A tática ajuda a reduzir o prazo de entrega, que pode superar 50 dias ao fazer o pedido em montadoras e locadoras.

“Em uma locadora, o prazo de entrega seria de cinco a oito meses. Eu poderia usar um outro carro enquanto isso, mas seria seminovo. Preferi fechar com a Porto Seguro, que entregava em menos de dez dias”, comenta José Cyrillo Neto, 32, advogado que assinou um automóvel neste ano.

FONTE : FOLHA

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