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Crise no setor automotivo e as projeções para o futuro

Expectativa é de investimentos e retomada do crescimento

A escassez mundial de semicondutores – os microchips que integram um veículo – impactou diretamente os preços dos automóveis, especialmente em 2021, fazendo o tíquete médio de um carro no Brasil custar cerca de R$ 110 mil, valor quase 20% superior ao registrado em dezembro de 2020. E a previsão é que a situação comece a se normalizar apenas no segundo semestre de 2022.

Essa crise mundial teve início no último ano com o surgimento da Covid-19 e a diminuição da produção da indústria e, consequentemente, das fábricas que produzem chips. Só que, no mesmo período, foi registrado um aumento significativo nas vendas de aparelhos eletrônicos, como laptops, smartphones, tablets, televisores, que também precisam de semicondutores para a fabricação.

Passado o período inicial da pandemia, voltou a crescer exponencialmente a procura por automóveis, e a indústria sentiu o golpe. Para se ter uma ideia, no último ano a crise dos semicondutores impactou marcas de volume: a Chevrolet ficou mais de cinco meses sem produzir o Onix, e a Volkswagen teve que retirar a central multimídia do Fox. Assim como marcas de luxo: a Audi anunciou que a escassez de componentes a forçou a entregar ao cliente apenas a chave de lâmina tradicional, sem o sistema presencial.

Com a falta de componentes no mercado e a baixa produção por parte das montadoras – o tempo médio de espera por um carro 0 km passou a ser de três a seis meses –, as pessoas começaram a investir em veículos seminovos, valorizando, e muito, o preço de um usado pela tabela Fipe.
As concessionárias vendem carros da mesma forma há cerca de cem anos. Com a transformação digital acelerada pela pandemia, as concessionárias precisaram se adaptar e inovar o modelo de negócio.

Com a falta de veículos novos no mercado, foi preciso inserir tecnologias para o showroom digital da concessionária estar preparado para oferecer à pessoa física a possibilidade de percorrer o processo de avaliação do seu usado e venda de forma digital ou semipresencial.

A comunicação também precisou estar integrada, para informar ao mercado que ela está comprando veículo e também oferecendo ótimas oportunidades de consórcio e até mesmo veículos por assinatura. Está com os dias contados quem não está acompanhando essa digitalização do setor.

O ano de 2021 foi agitado por vários leilões de infraestrutura, incluindo portos, aeroportos, estradas, energia e 5G. Isso pode significar também investimentos em diversos segmentos para o próximo ano, incluindo a indústria automobilística.

No começo deste ano, a Toyota vai iniciar o terceiro turno da sua produção na cidade de Sorocaba (SP). Nissan (RJ) e Citroën (RJ) retomam o segundo turno também no primeiro trimestre do ano. A chinesa Great Wall efetuou a compra da fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP) para começar a produzir no primeiro trimestre de 2023 – investirá ao menos R$ 1,5 bilhão.

A Stellantis está aplicando cerca de R$ 16 bilhões (2019-2025). A Renault investiu R$ 1,1 bilhão (2021-2022). A Volkswagen confirmou em novembro investir R$ 7 bilhões na América Latina, especificamente no Brasil e na Argentina. Como a marca tem quatro fábricas aqui, estima-se que mais de 80% desse montante se destinará ao Brasil.

Apesar de estarmos passando por uma das piores crises do setor de automóveis no mundo, a expectativa é que ele volte a crescer a partir de agosto deste ano e se consolide até meados de 2023. As dificuldades apresentadas nos últimos meses ensinaram, e muito, às fabricantes (produção e logística) e concessionárias (inovação e digitalização); cabe aos setores seguir as tendências para se fortalecerem novamente.

stria sentiu o golpe. Para se ter uma ideia, no último ano a crise dos semicondutores impactou marcas de volume: a Chevrolet ficou mais de cinco meses sem produzir o Onix, e a Volkswagen teve que retirar a central multimídia do Fox. Assim como marcas de luxo: a Audi anunciou que a escassez de componentes a forçou a entregar ao cliente apenas a chave de lâmina tradicional, sem o sistema presencial.

Com a falta de componentes no mercado e a baixa produção por parte das montadoras – o tempo médio de espera por um carro 0 km passou a ser de três a seis meses –, as pessoas começaram a investir em veículos seminovos, valorizando, e muito, o preço de um usado pela tabela Fipe.
As concessionárias vendem carros da mesma forma há cerca de cem anos. Com a transformação digital acelerada pela pandemia, as concessionárias precisaram se adaptar e inovar o modelo de negócio.

Com a falta de veículos novos no mercado, foi preciso inserir tecnologias para o showroom digital da concessionária estar preparado para oferecer à pessoa física a possibilidade de percorrer o processo de avaliação do seu usado e venda de forma digital ou semipresencial.

Por TIAGO FERNANDES | CEO DA AUTOFORCE

Fonte: O TEMPO

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