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Marca Unidas pode ser vendida para que a fusão com Localiza seja aprovada

Conselheiros do Cade estariam divididos entre rejeitar fusão e sugerir pacote de desinvestimento

A união das duas maiores locadoras de veículos do pais Localiza e Unidas, corre o risco de ser negada pelo tribunal do CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

Os conselheiros estaria divididos entre não autorizar a fusão e recomendar um pacote de desinvestimento na nova empresa, segundo apurou a Folha.

No pacote de desinvestimento, estaria a venda da marca Unidas e um conjunto de 30 mil veículos. Para interlocutores a par do assunto, porém, mesmo que a força da marca Unidas passe para um terceiro, a questão concorrencial não estaria resolvida.

Dados da Lafis Consultoria apontam que a união criaria uma companhia com concentração de 72% do mercado de aluguel de veículos (RAC, do inglês rent a car) no Brasil.

A frota das locadoras está estimada em 1 milhão de veículos hoje. Deste total, cerca de 28% são da Localiza, 14% da Unidas e 12% da Movida – são as três únicas no mercado que somam mais de 100 mil carros cada uma. Ou seja, só a Localiza e Unidas juntas já atingem 42% da frota, ou 420 mil veículos.

Os demais 46% estão divididos em 15 empresas de médio porte, como a Ouro Verde, com frotas de 15 mil a 50 mil veículos, e cerca de 11 mil pequenas de atuação local.

O mercado de locação de veículos e gestão de frota terceirização (quando as empresas alugam veículos para as suas atividades) faturou R$ 17,6 bilhões no ano passado. Desse total, R$ 7,8 bilhões correspondem ao aluguel de carros para pessoas físicas, o que inclui motoristas de aplicativo, segundo dados da ABLA (Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis)

A fusão de Localiza e Unidas – que na pratica consiste na compra desta última pela primeira – foi anunciada em setembro o ano passado, mas só apresentada ao Cade em fevereiro deste ano.

Há dois meses, a Superintendência Geral da autarquia deu o aval para as empresas seguirem o negócio, mas a decisão final compete ao Tribunal do Cade que, no inicio de outubro, pediu prorrogação do prazo para julgar o caso.

O veredicto só deve sair no início de janeiro.

Procurada, a Localiza informou que, “seguindo sua reconhecidas práticas de governança corporativa e transparência, esclarece que a operação está em processo de analise pelo Tribunal do Cade. Eventuais esclarecimentos serão apresentados diretamente à autarquia e seus conselheiros”.

A Unidas também não quis se manifestar. Por meio de sua assessoria de imprensa, informou que “seguirá prestando todo o suporte e esclarecimentos necessários diretamente ao órgão e aguardará a decisão final do Cade, para o qual podem ser encaminhados eventuais esclarecimentos e duvidas relativos ao tema”.

Fonte: Folha

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